SEKISHOKU ELEGY
STATUS
COMPLETE
VOLUMES
1
RELEASE
January 1, 1971
CHAPTERS
13
DESCRIPTION
Seiichi Hayashi produced Red Colored Elegy between 1970 and 1971, in the aftermath of a politically turbulent and culturally vibrant decade that promised but failed to deliver new possibilities. With a combination of sparse line work and visual codes borrowed from animation and film, the quiet melancholy lives of a young couple struggling to make ends meet are beautifully captured in this poetic masterpiece.
Uninvolved with the political movements of the time, Ichiro and Sachiko hope for something better, but they're no revolutionaries; their spare time is spent drinking, smoking, daydreaming, and sleeping--together and at times with others. While Ichiro attempts to make a living from his comics, Sachiko's parents are eager to arrange a marriage for her, but Ichiro doesn't seem interested. Both in their relationship and at work, Ichiro and Sachiko are unable to say the things they need to say, and like any couple, at times say things to each other that they do not mean, ultimately communicating as much with their body language and what remains unsaid as with words.
Red Colored Elegy is informed as much by underground Japanese comics of the time as it is by the French Nouvelle Vague, and its cultural referents range from James Dean to Ken Takakura. Its influence in Japan was so large that Morio Agata, a prominent Japanese folk musician and singer songwriter, debuted with a love song written and named after it.
"I wanted to live like Sachiko and Ichiro; to have aspirations even while living stoically and humbly." --Morio Agata
(Source: Drawn and Quaterly)
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REVIEWS
Charlotte403
87/100As Frustrações de um Decadente Relacionamento - uma review sobre Sekishoku ElegyContinue on AniListIntrodução Serializado em 13 capítulos na revista Garo, com apenas 1 volume encadernado posteriormente, Sekishoku Elegy, foi mais que um mangá criativo e experimental, ele foi um retrato fiel da frustração de inúmeros jovens de seu tempo. Escrito por Seiichi Hayashi, o mangá acompanha a história de dois jovens adultos de sua época, Ichiro e Sachiko, que apesar de não serem ativos politicamente, ainda assim são boas alegorias para as esperanças dos jovens de seu tempo. Ichiro que veio do interior para a cidade em busca de atingir seus sonhos escrevendo e desenhando histórias trabalha como animador em uma empresa que não o recompensa bem, já a Sachiko é uma mulher que trabalha em uma empresa de ilustração e devido a problemas com o casamento que lhe foi arranjado pelos pais, acaba indo se refugiar na casa de Ichiro. Os dois assim formam um casal, ambos parecem apreciar um ao outro, mas um perdido em suas próprias ambições e a outra em suas expectativas com relação ao dono do seu refúgio e símbolo de independência acabam por formar um relacionamento um tanto complicado de se manter. Assim, em meio a uma visão que prevalece o sentimental dos personagens através de simbolismos e um realismo quanto aos seus sentimentos extremamente palpáveis e “pé no chão” se alastra uma curta narrativa do cotidiano estressante dos anos 70 do Japão.
Narrativa Este mangá busca contar como foi a relação entre seus personagens principais, a principal palavra capaz de definir essa relação é “frustrante”, pois apesar de gostarem um do outro, além de estarem perdidos em si mesmos com relação aos seus próprios conflitos, eles estão perdidos com relação um ao outro. A princípio é notório como a história mostra a intensidade com a qual Sachiko ama o Ichiro, porém esse, mais preocupado com seu trabalho e no geral consigo mesmo, sequer parece saber o que sente direito por ela, sequer sente alguma coisa. Entretanto com o passar do tempo, com a crescida da ausência da sua namorada, esse se mostra desesperado por sua presença, a forma que ele assume, o jeito com que ele fala, mostram isso de forma mais que expressiva, eles mostram a forma de uma palpável final percepção do quanto algo importa a ele após perceber que a perdeu, esse jeito tão decadente de se pensar, o modo pertubado com a qual ele negligenciou tudo e todos por seus sonhos que não foram realizados como uma forma de se isolar do que sente, para ignorar que o amanhã virá, tudo isso constroi um personagem extremamente arrogante, mas também, humano. Já a Sachiko, é um personagem que põe todas as suas expectativas no Ichiro, ela o vê como um ícone de independência, um ser que a salvaria de sua situação, tal situação, sendo o casamento arranjado que sua família havia arranjado para ela. Assim, a Sachiko foge para viver com o seu namorado, ela trabalha duro numa empresa de ilustração para sustentar o dinheiro que o Ichiro não ganha, tentando sempre em suas horas vagas a noite se aproximar dele, ansiar por estar perto do que devia ser o sua luz de acordo com suas expectativas, suas tentativas sempre são frustradas enquanto ela espera por uma reciprocidade que nunca vem, se frustrando por nunca poder suceder e ir adiante a partir de um passo que o Ichiro nunca dá, essa atitude tão sonhadora quanto a dele é sempre triste de se observar, é tão maçante e irritante ser tratada dessa forma, de um jeito tão ingrato, que a própria se cansa disso e em meio às ruínas de seu namoro, ela começa a sair com um outro rapaz, dono de empresa, charmoso, educado e recíproco. Ela se ressente por sair com ele, mas ao mesmo tempo sofre por não conseguir expressar sua dor e angústia para Ichiro, portanto a relação acaba se tornando algo insustentável. Ambos têm de certa forma o apoio de suas respectivas famílias mais para frente na história, a irmã da Sachiro a consola por seu término e tenta acalmá-la quando está nervosa, refletindo o carinho e a dor que a personagem está passando. Já a família do Ichiro o vê como alguem frio, pois mesmo após a morte de seu pai, ele não quer voltar para casa nem para consolar sua mãe e irmã, elas estão ali para reforçar que até o rapaz jogar tudo para o alto e desistir, ele continua sacrificando tudo que tinha por um sonho, as famílias apesar de pouco exploradas tem um papel interessante na formação e apresentação da relação dos protagonistas com personagens que não são eles. Assim se alastra a história até seu fim, entre conflitos e ruínas, aquele fim é simplesmente natural, ele vem como um desastre previsível, mas devastador e a última frase do Ichiro mostra perfeitamente esse lado, ele sabia que isso ia acontecer, mas ainda assim, ele deseja ignorar o amanhã.
Estética O traço de Sekishoku Elegy não é necessariamente a todo tempo um realismo duro, mas com ele tem uma estratégia que assim representa tais emoções difíceis de digerir. O simbolismo da obra está muito atrelado a uma estética que utiliza muito do mental dos personagens, a partir de referências e mensagens que se aplicam mais ao que os personagens pensam e vivem do que ao leitor especificamente. Assim, quando o autor usa de artifícios como cenas desenhadas em formato extremamente real em células de filme ou se refere a “King Kong vs. Godzilla” de 62, ele está a mostrar muito de como o Ichiro vê a vida, ao adotar um traço mais carregado o autor por vezes demarca momentos de muita tensão, como quando a Sachiko manda o Ichiro dizer que a ama ou na cena de sexo entre os dois, o autor sempre traz um choque muito marcante, ele tambem utiliza de diferentes estilos de desenho para representar momentos que demarcam atmosferas fora do cotidiano dos personagens, a imagem impassível, detalhada e séria, do pai da Sachiko como o surreal, detalhado e sério do escritório do editor que rejeita o trabalho de Ichiro. O mangá experimenta trazer além de tudo isso sempre recursos de representação de uma forma muito interessante, o principal exemplo disso é como a Sachiko “mata” o Ichiro no final do mangá, representando que ele morreu sentimentalmente para ela, ela finalmente se livra dele de vez, ele morre sangrando na calçada. Ademais, diversos momentos que contam com essa expressão mais simbólica fazem a cena além de marcante, mesmo que cotidiana, mas imersiva para com os pensamentos dos personagens e como eles entendem a situação de um ponto de vista sentimental. Trazendo portanto, um ar único e experimental para uma obra tão dura e realista.
Estrutura Não havia outro lugar melhor para o mangá ser publicado do que a revista Garo, revista que durou de 64 até 2002, teve um grande impacto na cultura de mangá underground, ela trouxe nomes para o palco da relevância e colocou nos holofotes gêneros que antes foram rejeitados pela indústria ou que sequer existiam, sendo abrigo para movimentos como ‘Gekiga e Eroguro, a revista possuía a política de dar total liberdade artística a seus mangakas e tal liberdade caiu como uma luva na mão de autores como Seiichi Hayashi, que puderam usufruir de suas ideias ao máximo. Ademais vale dizer que sendo uma história curta a margem de erros com a estética e a concatenação da história se fazem impecáveis, a narrativa assim o fazendo conseguiu através de um ano na publicação concluir sua história e passar uma mensagem ótima, sem arrastar nem encurtar demais o autor fez uso de um ritmo extremamente natural para acompanhar o cotidiano das personagens. Por fim, resultando em um bom suporte para a série.
Subtexto Sendo uma parte de extrema importância para a obra, o contexto histórico da produção afeta diretamente a forma como se enxerga a história a mensagem deixada por ela. Os anos que antecederam a publicação foram bastante turbulentos para o Japão, passando por seu milagre econômico, movimentos políticos como o movimento estudantil, e uma geração que tinha altas expectativas para o futuro, na área de mangás também houve um crescimento, logo muitos tendiam a mudar para tal área. Ichiro e Sachiko são reflexos de jovens que apesar de não engajarem em lutas políticas, eram afetados por tal sentimento geral, sendo sempre esperançosos por seus sonhos e vontade de seguirem em frente por si mesmos, deixando tradicionalismos, que podem ser uma das interpretações para as suas respectivas famílias, para trás, assim, construindo uma narrativa que implicitamente vai um tanto mais a fundo nesse contexto histórico além das referências a seus tempos como no caso dos filmes utilizados. No geral, as coisas implícitas até mesmo nos detalhes da narrativa conseguem agregar de forma bastante orgânica e positiva para toda a mensagem que o mangá busca passar.
Considerações Finais Experimentalmente bom, é pouco para descrever essa obra, ela utiliza como maestria todo elemento que busca apresentar. Sekishoku Elegy é uma obra curta, porém que consegue tocar de forma pessimista porém real e orgânica o coração do leitor, ela consegue apresentar complexos que apesar de serem marcantes na sua época, continuam atuais, eles abordam coisas que causam de fato são a razão de muito relacionamentos ruir. No geral a obra é extremamente bem concatenada, seu ritmo é orgânico e simples e suas metáforas e simbolismos são imageticamente identificáveis e entendíveis, mesmo que a pessoa não tenha consumido o referencial delas. Apesar disso, a obra se torna obviamente mais interessante após certo nível de pesquisa, não algo que demandaria algum conhecimento extremamente culto, mas ainda assim uma boa pesquisa, diante disso, uma obra que se põe a ser instigante sobre história e o mundo real é algo extremamente atrativo para alguns leitores, o que também qualifica uma qualidade de Sekishoku Elegy. Portanto, observando todos os pontos é seguro afirmar que a obra demanda certo esforço, mas totalmente vale a pena
Pontos Fortes e Fracos fortes
- emocionante de uma forma que mantém o leitor muito interessado até o final
- realista a um ponto que busca não só representar emoções reais quanto um retrato de sua época
- tem um bom uso de simbolismos e de uma estética meticulosamente preparada
fracos
- é uma história que é pesada emocionalmente, pessimista de uma forma que realmente deixa o leitor mal
- demanda certa pesquisa para entender melhor a obra e o que ela quer passar
- é experimental, então nem sempre é do agrado de todos a estética
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SCORE
- (3.5/5)
MORE INFO
Ended inJanuary 1, 1971
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